A interpretação simultânea é uma técnica de trabalho.
Como o próprio nome
indica, a interpretação é simultânea sempre que o intérprete traduz ao mesmo
tempo o discurso pronunciado por um interveniente.
Quem pode oferecer uma prestação sólida em interpretação simultânea?
Não é porque se tem dez
dedos que se é pianista. E não é porque se fala bem um idioma que se pode de improviso virar intérprete em técnica
simultânea. A interpretação simultânea é uma técnica extremamente exigente, que
deve ser assegurada por intérpretes experientes e não pelos empregados
internos.
As condições de trabalho em interpretação simultânea
As duas noções de “tradutor”
e de “intérprete” não devem ser confundidas ou confusas: os melhores
intérpretes são os que passaram pela tradução escrita antes de passar para a
interpretação simultânea. Então, no caso ideal, a interpretação simultânea deve
ser uma extensão da profissão do tradutor, para ser garantia de sucesso.
Uma pequena porcentagem
de tradutores mostra interesse em interpretação simultânea, porque a considera difícil
e complicada.
O intérprete não precisa
ficar tentando se adequar ao estilo e à forma do conferencista, posto que o
sentido linguístico é que prima.
As condições de trabalho
normais se complicam quando:
·
O ritmo da fala do orador é muito rápido
·
Quando os oradores têm sotaque muito forte, ou
porque são de regiões do próprio país onde há dialetos, ou porque são países
que utilizam a língua como nativa, mas receberam outros colonizadores, ou porque não têm boa dicção.
·
O orador não disponibiliza material de apoio.
·
A falta de experiência de novos organizadores do evento, que se
esquecem de verificar alguns detalhes
(por exemplo : o microfone que fica aberto em cima da mesa pega todos os
barulhos próximos, como o ventilador, tosse, discussões paralelas).
·
Não se deve fazer uma interpretação por mais de 30
minutos sem pausa, portanto a interpretação pode não ficar tão boa quando não
há substituição de intérpretes após esse período.
Com o tempo, o intérprete fica mais alerta e seu
ritmo é mais rápido. Além disso, ele desenvolve, ao longo do tempo, uma flexibilidade de raciocínio face
às dificuldades linguísticas que apreende com serenidade. Por exemplo, em caso
de dificuldades para respeitar um termo em particular, o intérprete vai pensar
no sentido global. Na pausa, poderá encontrar o equivalente exato, se for um
termo recorrente e/ou chave para o bom desenvolvimento da interpretação.
Interromper a interpretação para procurar um termo quebra a sequência do
pensamento.
Ao longo do tempo há também um grande acúmulo de
cultura geral, que lhe permite descobrir rapidamente as intenções do orador, e
então pode manipular bem matérias complicadas, tais como: direito, medicina,
alta tecnologia.
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